Cuidados com conselhos
“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo.” Gálatas 6:1,2
Somos especialistas em dar conselhos; parece até que entendemos tudo sobre os outros. É muito fácil para nós resolver a situação alheia, mas o problema é que não conseguimos resolver a nossa própria situação. Se fôssemos tão bons assim, não teríamos problemas. É necessário olhar para nós mesmos. Paulo, escrevendo aos Gálatas, recomenda: quando formos surpreendidos com os pecados dos outros, não devemos julgar nem ser agressivos em palavras, como se fôssemos santos demais. Pelo contrário, devemos ser mansos e cuidadosos no que dizemos, pois nós mesmos também podemos ser tentados e cair em pecado. Afinal, somos todos humanos, e em algum momento da vida, todos temos falhas.
Se julgarmos nossos irmãos e nos colocarmos em uma posição superior a eles, podemos ser surpreendidos por nossas próprias fraquezas e passar vergonha. Não adianta querer ser superior ou pensar que somos mais espirituais que os outros. Todos nós dependemos da graça e misericórdia do Senhor. Gosto muito de uma música que diz: “As mãos que você ajuda hoje a levantar vão aprender a amar e, um dia, levantar alguém que pode até mesmo ser você.” Essa música é cantada por Sérgio Lopes.
Precisamos olhar com compaixão e empatia, medir nossas palavras e sentir a dor do outro. O discipulado não é fácil; às vezes, estamos discipulando alguém e parece que está tudo bem. Essa pessoa cai em pecado novamente, mas depois se levanta, fica de pé e parece que está tudo bem. No entanto, ela cai novamente. É assim mesmo, e não podemos desistir. Essa pessoa precisa encontrar em nós um abrigo, um refúgio. Claro que ela precisa de conselhos e de ouvir a verdade, que é a Palavra de Deus. No entanto, isso deve ser feito com muita sabedoria. Para lidar com essa situação, precisamos pedir a orientação de Deus.
Talvez essa pessoa só precise de um abraço ou de se sentir amada por alguém. Isso já pode dar forças a ela para continuar. O aconselhamento bíblico é baseado na misericórdia, e devemos levar as cargas uns dos outros. Nem todo discípulo nos dará alegrias; alguns nos darão trabalho, muito trabalho. No entanto, essa pessoa precisa adquirir confiança em nós. Quando ela entende que pode confiar, o trabalho fica mais fácil. Isso só se adquire com intimidade e compaixão, dividindo as cargas uns com os outros.
Quando percebemos que também precisamos dividir a carga com alguém, nosso olhar muda. Não é mais um olhar de condenação, mas um olhar de cuidado e carinho. É o olhar de Jesus quando olhou para a mulher adúltera e disse: “Eu também não te condeno; vai e não peques mais.” Jesus demonstrou seu grande amor por ela. Palavras malditas podem prejudicar ainda mais a situação da pessoa que precisa de ajuda. Expressões de julgamento podem fazer com que ela não se levante e nem tenha coragem de prosseguir.
É bom ouvir mais um pouco, tentar entender o que ela está falando. Sejamos mais ouvintes. Enquanto estamos ouvindo, vamos refletindo e orando, suplicando a Deus por sabedoria. Deixemos a pessoa falar tudo o que precisa; não devemos interromper. Ela precisa desabafar, e isso é necessário. Devemos ter cuidado com as perguntas, não sendo indiscretos, inconvenientes ou insistentes. Se ela não quer falar, deixemos para outro momento.
Que o Senhor Jesus nos ajude a medir nossas palavras e a refrear nossa língua, para que só saia de nossa boca aquilo que provém dele. Que Ele nos ajude a ser mais ouvintes e a falar aquilo que é Dele, nunca de nós mesmos.
Até o próximo capítulo.
Claudio H. C. Duarte.
Demonstre sua reação!
RECEBA NOVIDADES!
ENTRE NO GRUPO
Não se preocupe! Esse grupo não tem bate papo, somente o administrador manda mensagem. Toda semana estamos lançando conteúdo novo. Você pode ficar tranquilo, não colocamos imagens e propapagandas toda hora.