Quem é o maior?

“E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles...” Mateus 18.2

Muitas pessoas almejam ser superiores às outras, colocando o status acima de tudo; a posição ocupada é considerada mais importante do que a compaixão. Elas estão cheias de si mesmas, convencidas de que são as melhores. No entanto, essa mentalidade é extremamente perigosa e contrária à natureza do reino de Deus.

O reino de Deus desconcerta o mundo precisamente por operar de forma oposta aos valores mundanos. Enquanto o mundo busca prosperidade financeira e grande autoridade, muitas vezes à custa dos outros, o reino de Deus busca um crescimento conjunto, estendendo a mão ao próximo e desejando o crescimento do outro. Nele, Cristo é o destaque, não a pessoa.

Vamos refletir sobre o que Jesus ensina a respeito do reino. Em Mateus 18.1-5, os discípulos se aproximam de Jesus e fazem uma pergunta: "Quem é o maior no reino de Deus?" Por que os discípulos fazem essa pergunta? Toda pergunta carrega consigo um interesse encoberto. Pode ser mera curiosidade para aprender, mas também pode ser motivada pelo desejo de alcançar uma posição privilegiada. Qual era a verdadeira intenção dos discípulos?

COMO UMA CRIANÇA

A resposta de Jesus é surpreendente para eles. Ele chama uma criança e a coloca no meio deles, dizendo: 'Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus'. No reino de Deus, as prioridades são diferentes. Não se trata de buscar a grandeza, mas sim de entrar e permanecer no reino. Jesus ensina que, para entrar no reino de Deus e ser considerado grande, é necessário ser humilde. Portanto, aquele que é verdadeiramente grande é o mais humilde.

Contudo, ser humilde não é fácil. Requer um constante combate contra o ego e um exercício diário de autoconhecimento. Significa realizar uma mudança profunda, indo contra os desejos da nossa própria natureza. É um processo contínuo de transformação, no qual nos esforçamos para nos tornar aquilo que nossa carne resistente não deseja.

TODOS IGUAIS

Temos um forte desejo de ser reconhecidos; queremos que as pessoas nos busquem e elogiem. Não há nada intrinsecamente errado nisso, porém, quando isso se torna nossa prioridade principal, estamos cometendo um grande equívoco. Até certo ponto, buscar reconhecimento não prejudica nossa vida, mas quando colocamos isso acima de tudo, estamos cometendo um erro grave.

Se refletirmos um pouco, perceberemos que somos todos iguais. Todos possuímos qualidades e defeitos, cometemos erros e acertos, sempre buscando melhorar. No entanto, cada um de nós tem suas próprias limitações. E é justamente isso que muitas vezes falhamos em compreender: as limitações e virtudes dos outros.

SERVIÇO

O reino de Deus é caracterizado pelo serviço, onde a prioridade são as pessoas. Devemos compreender que somos parte de um corpo e que somos membros uns dos outros. O sentimento primordial em nosso coração deve ser o desejo de ajudar, de dar atenção e de procurar servir as pessoas da melhor forma possível. Essa postura nos torna humildes, pois nos colocamos como servos, livres de interesses pessoais e com foco nas necessidades dos outros. Quando adotamos essa mentalidade, tendemos a julgar menos e buscamos compreender melhor as pessoas, desenvolvendo compaixão por elas. Nesse momento, nossa oração se torna mais eficaz, pois intercedemos ao Senhor como se os problemas alheios fossem nossos.

É somente através do serviço, da busca por compreensão e do amor sem julgamentos que conseguimos exercitar e viver a verdadeira humildade. Ao estendermos a mão ao próximo, nos tornamos úteis para o trabalho da igreja e para o avanço do reino de Deus. Que possamos, juntos, crescer na graça e no conhecimento, e que Deus nos conceda uma visão mais ampla do Seu reino.

Claudio H. C. Duarte

Mensagem nº 21